sábado, maio 07, 2011

NINGUÉM DISSE TUDO


Se por algum capricho da vida, ou movido por singular simpatia, aprecia determinada Entidade comunicante, não diga que ela disse tudo, pois não estará a compreendê-la nos seus infinitos limites.

O tudo é Deus.

Se porventura confia naquele médium por receber mensagens dos Espíritos, ainda que em número quase infinito, apelativas à prece em divino recolhimento, proteja-se, pois não raro está a espelhar no outro a sua mesma vaidade.

A confiança é Deus.

Se alguma vez sentiu encantador deslumbre pelas sábias palavras em palestra de fluente sabedoria, tenha cuidado, pois que a beleza do discurso é sempre enganadora.

A sabedoria é Deus.

Se na sua religião ou igreja, no grupo ou associação de que faz parte, alguém lhe contou grande história, exemplificativa de nobre modo de vida, pense bem, pois o Espírito caminha por sendas pedregosas, tropeça e cai muitas vezes, e o exemplo é isso mesmo: uma coisa a tentar explicar outra com a qual nada tem a ver.

A grande história é Deus.

Limite-se a caminhar, caminhar sempre com uma flor na lapela.

A maledicência, inveja ou ciúme devem estar completamente banidos do seu coração, dos seus cálculos e todas as demais formas de pensamento. Viva cada dia como se conhecesse o mundo inteiro e festeje esse facto.

Sinta-se em doce e terna irmandade, a dos filhos de Deus. Não exclua ninguém por ser de outra ideologia, política ou religiosa, outras tendências. Todos dizemos o mesmo por línguas diferentes.

O amor é sempre amor. Pode ser mais ou menos ardente, padecer de maiores ou menores tribulações, mas será sempre o sentimento por excelência, o grande ímpeto do coração, a grande voz.

Ame incondicionalmente, sem cor, sem espaço, sem definições, mas amando todas as cores, todos os espaços e todas as definições. Quando isso acontecer viverá em plenitude pois ter-se-ão acabado definitivamente todas as cores, todos os espaços e todas as definições. Tudo será outro. O Outro.

Margarida Azevedo

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