sábado, dezembro 25, 2021

JESUS 2021 - O QUE DIRIA ESTE JUDEU HOJE SE ESTIVESSE CÁ

Pode tentar arriscar, para este sub-título, alguns pensamentos. No entanto, pode não ser uma boa ideia. O profeta cujo nascimento celebramos certamente não iria dizer nada do tipo: “Entre uma epidemia que ninguém conhece e uma vacina politizada, entre a procura de refúgio por parte de quem se sente ameaçado na sua terra, entre a fome crescente e a riqueza cada vez mais centrada nas mãos de um bando de avaros, entre o lixo acumulado e os mares e oceanos a ficarem sem vida, entre as consequentes revoltas da Natureza; entre as famílias cada vez mais pequenas e dispersas, entre o bulling crescente nas escolas, entre currículos que põem os pais de cabelos em pé, entre falsas concepções de racismo e xenofobia deixando para trás o que verdadeiramente deve ser combatido nessas áreas, entre as religiões cada vez mais empresariais; entre as instituições de caridade que se propagam que nem cogumelos, mas cujo fim não é, em grande parte, a filantropia, e assim sucessivamente, eu digo que está tudo virado no avesso. Falta-vos o cumprimento da boa moral e dos bons costumes, o espírito de sacrifício, a entrega ao outro. Enfim, o que realmente vos falta é combater o egoísmo!” Pensar assim é não compreender de todo, dois mil anos depois, quem verdadeiramente é Jesus. É isso que, efectivamente, nos falta, entrar naquilo que realmente nos veio solicitar. Este profeta, completamente imprevisível, muito embora no seguimento dos seus antecessores do antigo Israel, teve a coragem de pregar o amor e o perdão e acreditar que com isso, e só com isso, o mundo se renova e se prepara para atingir o Reino de Deus. Mas o Jesus que os cristãos têm transmitido a si mesmos e ao mundo, é um Jesus muito pobrezinho. É tempo de o enriquecer, que mais não seja e já é muito bom, com o esforço e empenho em tornarmo-nos cada dia que passa melhores hoje do que fomos ontem. Que neste Natal os cristãos se sintam responsáveis por dar testemunho do seu profeta, que da Terra Prometida, pediu que os seus seguidores fossem pelo mundo e convertessem todos os irmãos. Mas não a uma nova religião, no sentido clássico do termo, mas à Religião do Amor, a qual deve estar presente nas outras, aquelas que são criadas pelos homens. Jesus veio dar testemunho de que tudo é possível àquele que não tem fronteiras. Gostaria de celebrar o Natal num mundo sem miséria, ambição, maledicência ou inveja; gostaria de ver cada um na terra onde quer viver. Adoraria passear no dia de Natal ao som de cânticos de vozes angélicas e ver sorrisos em todos os rostos; gostaria que os jardins e matas, florestas e prados estivessem sempre verdejantes e que o nascimento de Jesus celebrasse também, em todos os corações, as forças divinais da natureza; gostaria que Espíritos de Luz atravessassem a cortina ténue que nos separa e fossem, definitivamente, as nossas estrelas de Belém. Gostaria de um Natal sem lutas de espécie alguma, sem caridade porque todos têm o necessário. Gostaria do Natal verdadeiro Natal. Mas, insisto, o que diria Jesus, hoje, neste mundo onde se instalou o vale tudo? A raiz de um espírito tão profundo ainda não cabe nas míseras conjecturas que deambulam na minha cabeça. Vivo e convivo com o ilimitado do meu limite, a imanência de uma transcendência que não sou capaz de expor. Talvez nem sejam as palavras o que me falta. Nem isso sou capaz de explicar. Falta-me qualquer coisa, porém, não sei de que falta ou tipo de falta se trata. Grande dilema o desta fé. Resta-me desejar a todos os amigos e amigas que têm a paciência de me ler, um santo e feliz Natal. Peço-vos, nas vossas organizações religiosas, sejam elas quais forem, estejam onde estiverem, uma oração universal pela paz, pela mudança de paradigma religioso e espiritual, pela união de todos. Sejam quem forem, meus amigos, eu oro por vocês e, se a minha vontade conta, eu quero que estejam bem, muito bem. E já agora cante ou toque um instrumento musical, eu faço coro cá deste lado. Faremos um coro imaginário que espantará até os Espíritos mais elevados. Quem sabe? Quem canta reza duas vezes, lá diz o povo. E não é o povo a voz de Deus? Cantemos a Jesus, o Cristo, pelo seu nascimento, nestes tempos de tanta fragilidade e, unidos no seu amor, seremos mais fortes. Que Deus vos abençoe neste Natal, e sempre. Um abraço fraterno. Margarida Azevedo

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