sábado, janeiro 19, 2008

FLORES DE SILÊNCIO XXV


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Muitos não querem o caminho da santidade e preferem a vida mundana porque, dizem, não concebem a possibilidade de uma vida feliz sem a componente da sexualidade.
Meu amigo, para quê falar do que não entendemos? Para quê castigar o nosso cérebro com interrogações sem resposta no horizonte da nossa fraca racionalidade, que mais não são que agentes poluentes da alma, quando esta devia preocupar-se, antes de mais, com a sua conduta terrena.
A pulsão sexual faz parte do homem e é responsável pelo seu equilíbrio. Não são poucos os que sobre ela se debruçam em seus estudos aturados, chegando à conclusão de que o nosso corpo esconde grandes mistérios, onde interagem múltiplas forças que contribuem para o seu bem estar. A sexualidade é uma delas.
Ora, se os seus potenciais ainda estão longe de ser conhecidos na sua totalidade, se ainda há tanto que o homem desconhece nessa área, como em todas as outras referentes ao seu corpo, para quê essa preocupação com a “superação” de uma coisa que ainda não foi atingida no seu todo?
Além disso, a relação sexual com amor, nem devia ser de outro modo, é uma coisa absolutamente divina, concede uma felicidade e estabilidade profundas ao casal que, de outro modo, este teria dificuldade em atingir.
Por outro lado, é através da relação sexual que a Natureza garante a manutenção e desenvolvimento da espécie humana. Isto é, a sexualidade também é evolutiva. A história das relações sexuais humanas é representativa do seu progresso a todos os níveis.
Hoje, mercê de uma maior divulgação e informação nesta área, os casais dispõem de centros de apoio a fim de melhor e com mais segurança comunicarem segundo a componente sexual. De facto, o mundo progrediu.
Mas repare, essa comunicação implica sempre uma entrega em amor. Sem amor temos promiscuidade. O amor é a chave-mestra que abre todas as portas, que desvenda todos os segredos, revela todos os ocultos.
Porque nos atraímos sexualmente? Porque nos desejamos? O amor tem os seus porquês, as suas mesmas razões. Ele é um olhar diferente sobre a Natureza, dentro da mesma Natureza. Amor e sexualidade acontecem num momento sem explicação, sem razão, sem medo, sem mentira.
É isso que lhe pedimos que conquiste. Ninguém o acusa do que fez e do modo como o fez até hoje. Se usou o seu aparelho sexual de forma displicente, se desacreditou que é possível, é real e verídico que no mundo em que vivemos já atingimos a beleza inefável do amor e sexo num só, o seu arrependimento, a sua compreensão e fé no futuro, próximo, de que vai bater à sua porta uma nova compreensão da vida, são já o bálsamo de que novos rumos irá tomar.
Respeite o seu corpo, respeite os seus sentimentos, e lembre-se que somos amados e respeitados na directa proporção em que o fazemos aos nossos semelhantes. Não temos o direito de usar os outros em nosso próprio proveito e satisfação dos nossos desejos. O respeito é parte da manifestação do divino em nós, é consagração ao bem como coisa subtil da alma.
A partir de agora lute por esse divino que pulsa dentro de si, e que tem um potencial extraordinário para o agregar a um ser que, só por si, é o mais espectacular do mundo: aquele(a) que será pai(mãe) dos seus filhos, seres muito sagrados que Deus vos depositará a fim de educarem para as coisas belas .
Lute, meu amigo, lute com todas as forças por esse grande amor pleno, sincero, verdadeiro.

Barbara Diller

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