terça-feira, dezembro 04, 2007

FLORES DE SILÊNCIO XXI


54

Ainda são tão poucos os que trabalham em prol do Evangelho, ainda são tão poucos os que vivem o Evangelho, ainda são tão poucos os que o estudam, combatendo a ignorância espiritual, são tão poucos os que vêem no Evangelho o maior livro de sabedoria.
Pobre humanidade que se julga tão importante, que se pensa muito sábia dos assuntos da ciência e da filosofia quando, afinal, tudo se resume à nossa procura de felicidade e, concretamente, de amor.
Todos os saberes fazem falta, é certo, mas de que servem se não forem utilizados para o amor? De que serve trabalhar para garantir o sustento, se o trabalho não for feito com amor? De que serve ganhar muito, Ter muito dinheiro se não houver ninguém com quem o partilhar com amor?
“Felicidade! Eu não acredito na felicidade. Sei que a vejo no horizonte, mas sei que jamais a alcançarei.”, dizia-nos um homem sem sonhos. Um pobre homem, de carreira profissional brilhante, a viver com uma mulher maravilhosa, mas com problemas, com dificuldades ou escolhos, porque sem eles a vida não existe. O pobre homem dava mais ênfase ao mundano, ao imediato que propriamente à família que Deus lhe deu de presente.
Um pobre homem com saúde, com uma vida pela frente, com uma profissão bonita. Um pobre homem que não compreende nada para além do que o seu fraco entendimento capta na imediatez do sensualismo. Um pobre homem adúltero, que trai a esposa dedicada e meiga, no seu próprio dizer.
Há tanto por trabalhar, meu amigo. Jesus espera estas almas no redil do arrependimento. Jesus não culpa nem aponta, apenas aguarda, esmeradamente enviando os Guias espirituais que, com toda a dedicação, vêm junto de todos os pecadores mal estes elevam o seu pensamento ao alto.
Nós dizemos mal estes elevam o pensamento ao alto, mas não, meu amigo. Os nossos Guias estão sempre connosco, eles seguem-nos com seus corações de mãe e de pai, de quem sente que é nosso irmão em Deus, de quem prometeu ajudar na seara tão vasta das nossas faltas e perdições onde semeamos cardos. Não, meu amigo, os Guias estão sempre por perto e, mal vêm uma porta aberta, uma nesga de arrependimento, então tomam uma força sem fim.
Se os seres na Terra conseguissem Ter uma pequenina ideia do que são capazes esses Guias, quem eles verdadeiramente são. Oh, seria tão bom se os corações dos encarnados conseguissem tocar, mesmo ao de leve, estas falanges da bem-aventurança? Seria tão bom que os de carne e osso conseguissem elevar seus pensamentos acima do que é da Terra e tocar com a mente na outra razão das coisas, na outra forma de as avaliar e retratar.
O homem não é carne e osso, nem terra, nem imediatez. O homem é uma representação da Divindade, uma criatura ao serviço do bem e da felicidade que o espera na casa do amor.
Porém, ainda somos tantos os pecadores, ainda persistimos teimosamente no que nos assusta e enegrece a alma. De uma forma ou de outra, cometendo erros diferentes, todos somos parte do erro que ainda caracteriza o nosso viver sem amor profundo.
Meu amigo, os Guias estão connosco. Precisamos de saber ouvi-los no recanto do nosso quarto, no silêncio do nosso Espírito. Silencie, meu amigo, silencie e encontrará Deus no seu coração. Só assim conseguirá ser um candidato a trabalhador, muito querido, nesta tão bela seara de luz.

55

Um dia compreenderemos melhor as palavras e a herança que o Pai nos deixou através de Jesus. Será o Dia sem noite, o Dia de todos os dias, um dia infinito, a felicidade na palma da mão.
Um manto de luz cobrirá a Terra e todos os que nela vivem serão chamados filhos de Deus, porque unidos na Sua fé e no Seu amor.
Um único propósito reinará: ninguém magoará ninguém. Antes de agir, todos pensarão primeiro se o que vão fazer aos outros gostariam que lhe fizessem. Cada acção e cada pensamento terão sempre em conta o bem estar de todos e ninguém ousará levantar falso testemunho de ninguém.
Os irmãos mais dedicados à caridade, isto é, os que dela tiverem mais experiência, ensinarão a tudo aceitar com compreensão. Não haverá dor nem sofrimento algum. O alívio de todos por todos será uma preocupação constante, e ninguém deixará que ninguém sofra, pois que o sofrimento de um será o sofrimento de todos.
Ninguém perdoará a ninguém pois que não haverá nada para perdoar, nem ofensas, nem erros de espécie nenhuma, nem constrangimentos, nem disfarces, nem subterfúgios. Tudo será incrivelmente transparente.
É o Dia eterno da paz em que a luz deslumbrará a todos. A cegueira às coisas mundanas será uma constante, o sonho uma realidade suave a agradável, e os cânticos serão de graças e de louvor a Deus por nos Ter criado para um mundo tão sublime e tão puro. Mas a cegueira irá mais longe: ninguém verá o erro, nem o desgosto, nem a desilusão, nem nada do que possa causar uma ténue desconfiança. A entrega a Deus será total, o Evangelho o estado natural de todos os seres e de todas as coisas. A Criação será vista como um mar de coisas belas e suaves, coloridas e atractivas na sua expressividade toda espiritual.
Os que se amam serão naturalmente agregados em famílias, unidas pelos laços de comuns objectivos, sempre o bem na sua maior expressividade. Cada família não será mais feliz que a outra, pois todas serão infinitamente felizes onde cada uma será representação fiel dos mandamentos que Deus nos legou.
Assim, a luz e o amor acompanharão para sempre as vidas dos felizes e dos justos na Santa Casa de Deus.

Barbara Diller

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