sábado, dezembro 15, 2007

FLORES DE SILÊNCIO XXII


56

Você tem a felicidade de viver com a pessoa que ama. Você tem a felicidade de acreditar que o bem é possível, está ao seu alcance, na palma da sua mão.
Para si ser feliz não é olhar o horizonte e ver algo que muito deseja, simultaneamente tendo a sensação de que jamais o atingirá.
É feliz, ama e sente-se amado, mas afirma que há qualquer coisa que lhe falta. Há um vazio, um espaço que não está preenchido, uma lacuna que, a estar preenchida, faria de si um ser totalmente feliz.
De facto, esta nossa natureza insaciável, esta nossa procura constante, este querer sempre em aberto, este desejo profundo de algo... Cuidado! Pense bem.
Desejar ser mais feliz é legítimo. Desejar por ambição insaciável é nocivo e destrói quase sempre o pouco-muito que já atingimos.
Sentir que algo nos falta, é verdade. Sentir que falta o que não falta, apenas dar largas à manifestação de um desejo obscuro e tormentoso, é caminho aberto para perder o que já atingiu por falta de merecimento.
Querer mais porque sabe que o Espírito é uma força incomensurável, é certo. Querer porque ambiciona o mais que a vida ainda não pode dar é não ter a noção da justeza da medida para si, no momento que atravessa, na vida que escolheu.
Dizer que há um vazio é um facto que todos aceitamos. Sentir-se vazio porque há um pouco de nada que não o preenche, e fazer da vida uma luta constante por esse pouco, é não compreender que o que tem é a maior das vitórias, cuja luta deve continuar rumo a um termo que a pouco e pouco se lhe abrirá dando-lhe manifestações de surpresas fantásticas.
Valorar o que não tem é esquecer o presente na felicidade que o representa. É afastar o bem que já conquistou, despojar-se de lutar pelo seu crescimento, não o ver como um veículo para atingir o mais que ainda lhe falta.
Pense que tudo o que atingiu é meio e não fim, partida e não chegada, caminho e não destino. O que tem é o que pode e merece ter, o que lhe serve, o que lhe compete.
São tantos os homens que procuram avidamente e, uma vez atingido, o objectivo tornou-se uma desilusão. São tantos os que dessa forma perdem o pouco que alcançaram.
Se o amor for o guia dos seus pensamentos, a estrada dos seus passos, o seu objectivo será o de render graças, infinitas graças à Divindade pelo amor com que nos presenteia em cada dia que passa.
Temos tanto que agradecer: o sol que nos proporciona a vida, a Natureza que nos alimenta, a beleza que nos envolve, o amor que nos cria. Temos a esperança, e temos a imortalidade, temos a fé sempre em crescimento e temos a caridade que nos ampara.
Temos na Terra o pão e no Céu o Fluído Vital, temos o ar e temos a luz. Temos um firmamento carregado de estrelas, e sois e luz por todos os cantos. Temos mundos infinitos que esperam por nós.
Temos alguém muito especial que nos ama, ou amará um dia, quando uma chamazinha nos tocar em algo que pulsa e bombeia o sangue a todas as partes do corpo. Temos esse alguém por quem vivemos, partilhamos e caminhamos no mar infinito do Universo fluídico que nos gerou mercê da vontade de Deus.
O que é e a que fica reduzido o que dizemos não ter? A objectivos de seres ainda muito pequeninos, muito limitados a um ver que pouco vê.


57
Haverá alguém que caminhe para Deus sem que seja pela via do sofrimento? E que é o sofrimento senão o conjunto dos nossos erros e fracassos, mas também o vasto aprendizado para os superar?
Apesar de revoltado contra si, o que é sempre sem razão pois a revolta não conduz a nada, se o seu erro o conduziu até Deus, então bendiga a sua experiência que lhe aguçou os sentidos para além da vida material.
Você errou e tornou a cair no mesmo erro vezes sem conta. Você fracassou, não foi suficientemente forte e, por isso, repetiu o erro até aprender que o erro é realmente um erro. Meu amigo, nem todos aprendemos segundo os mesmos processos, nem segundo o mesmo tempo. Uns vão mais cedo do que outros, mas todos irão ao caminho, disso não tenham quaisquer dúvidas.
Você precisou de repetir o erro mais vezes do que alguns que com menos experiência chegariam lá. Mas repare, outros precisariam de mais insistência que você. Outros até precisariam de várias vidas. Se você aprendeu a lição ainda nesta existência, então não mal diga da série de repetições a que foi sujeito, das fraquezas sucessivas de que, supostamente, foi vítima, nem da repetição de sintomas dolorosos a que se expôs. Não faça isso.
Agora, apenas remedeie os seus actos pedindo a Deus toda a força para que o seu Espírito tenha, de facto, ficado mais fortalecido. “Pedi e obtereis”, disse Jesus. Peça, peça sempre e com fé. Vai ver que o plano invisível encarregar-se-á de lhe enviar, não apenas a ajuda espiritual do plano invisível, mas toda a ajuda espiritual do plano físico. Você vai estranhar a ajuda que lhe chegará, até daqueles de quem menos espera. Costuma ser assim, é sempre assim.
A alteração dos sintomas desagradáveis provocados pelo seu problema só vai depender de si, da sua fé, da sua capacidade em dizer “Não!” Diga sempre “Quem manda em mim sou eu e só eu, e nada me pode acontecer sem que eu o queira!” Tenha mão em si. Seja forte. Seja sempre muito forte, ainda que os outros não o compreendam, ainda que não saibam ver o que se passa consigo, a sua transformação radical.
Seja um homem novo. Tenha fé, pois vai consegui-lo.
Barbara Diller

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