segunda-feira, novembro 03, 2008

MORTE É FELICIDADE XXVII


(Continuação)

A IMPORTÂNCIA DOS MORTOS NA VIDA DOS VIVOS

d) lugares assombrados
Algumas destas Entidades mantêm-se no mesmo lugar anos e anos a fio. Fazem deles a sua casa, não gostam que outros os habitem, nomeadamente encarnados. Por isso, muitas pessoas apanham grandes sustos uma vez que são perturbadas vezes sem conta em sinal nítido de que não sem bem vindas àquele lugar.
Se formos procurar as raízes de semelhante atitude, verificamos que, geralmente, têm a ver com ocorrências deste género:
1. ou porque viveram nesse lugar durante muito tempo e têm para com ele uma relação afectiva estrondosa;
2. ou porque, contrariamente, foram aí assassinadas e esperam ansiosamente que aquele que cometeu o acto volte ao local e, assim, possam vingar-se;
3. ou então porque esse lugar era querido para alguém que muito amavam, que lhes traz boas recordações, uma saudade muito grande;
4. ou simplesmente estão a fugir de alguém e esperam estar em segurança, sentindo-se protegidas.
Entre um nunca mais acabar de outras razões, essas Entidades sentem-se em casa e não gostam de ser perturbadas. Tudo as assusta, tudo as perturba e o contacto com elas deve ser feito com parcimónia, calma e afecto, como sempre.
Mas também as há que, por excessiva ignorância, julgam estar prisioneiras, por castigo de Deus ou de quem lhes quer mal, vítimas de uma espécie de pena de talião ou praga. Desta forma, quando vêem alguém que, com mais coragem não se assusta facilmente e não muda de casa logo que surgem as primeiras manifestações, agarram-se com toda a força com o objectivo de que as ajude a sair dali. Isto conduz-nos à reflexão sobre o que verdadeiramente desejam as Entidades ao manifestarem-se.
O mal estar que muitas provocam nem sempre é do foro do seu consciente. Algumas causam grandes perturbações sem o saberem. É a ânsia de sair do local em que se encontram que se sobrepõe ao facto de terem consciência se estão ou não a perturbar. Daí não termos que pensar que todas as manifestações são sempre para nos causarem um mal. Temos que saber interpretar os nossos sintomas, e reciprocamente a natureza das manifestações.
Mas outro factor se impõe, a saber, a natureza dos locais também influi decisivamente no tipo de manifestações, o mesmo é dizer no tipo de Entidades. Um local é mais propenso do que outro a determinadas ocorrências. Por exemplo, é natural que um castelo não seja povoado pelo mesmo tipo de Entidades que um infantário, uma floresta por comparação com um hospital, e assim sucessivamente.
Como exemplos complementares a estes temos o facto de muitos médiuns sentirem impressões que não sabem descrever, quando visitam lugares históricos. E isso nada tem a ver com fragilidade psíquica, susceptibilidade, fobias, etc. Tem a ver simplesmente com uma mediunidade muito aguçada, talvez pouco trabalhada, que não consegue abstrair-se destes pormenores. Trata-se de pessoas muito sensíveis, que devem vigiar a sua mediunidade com todo o cuidado a fim de ser precaverem de influências poucos agradáveis.
Não quer dizer que seja uma regra fechada, mas palácios, templos antigos, castelos, solares, cemitérios, abandonados ou não, edifícios abandonados são geralmente lugares candidatos a lugares assombrados, isto é, habitados por Entidades que se sentem, erradamente, conforme o dissemos acima, abandonadas.
É fácil perceber esta questão pois os lugares habitados, como por exemplo os nossos lares, têm o ambiente espiritual que, pela lei de semelhança, se adequa à presença evolutiva dos encarnados. Por outras palavras, o tipo de Espíritos que habitam no lar é retrato fiel dos que nele vivem em carne e osso. Os conflitos, os desentendimentos, as discussões e agressões, sejam de que espécie forem, chamam a si Entidades que se identificam com esses comportamentos; uma casa sossegada, calma e onde impera o amor e o respeito mútuos traz a si Entidades pacíficas a amigas.
Assim sendo, em termos macro, os lugares assombrados são apenas representativos da pouca evolução espiritual do planeta pois que, se tivéssemos amor por esses Espíritos, eles não se sentiriam abandonados e seriam esclarecidos quanto ao seu verdadeiro estado. Mas o que acontece é que, se nós nem temos para nós, se a maioria das pessoas é tão pouco esclarecida espiritualmente, como poderá ela esclarecer os outros, e nomeadamente os desencarnados? Um cego a guiar outro cego caiem ambos no precipício, e nestes assuntos, muita gente brinca com coisas muito sérias, criando neste planeta autênticos precipícios espirituais, não apenas para os encarnados, atraindo Entidades nada esclarecidas, mas para os próprios Espíritos que se vêem perdidos e, num acesso de raiva, à mínima oportunidade vingam-se criando autênticos antros de negrume na Terra.
Não há lugares assombrados, há ignorância e consequente falta de amor.


e) a moral dos mortos

A relação, ou melhor, a correlação entre a moral dos mortos e a dos vivos é analógica. Só por analogia conseguimos fazer uma abordagem de uma moral de que pouco mais sabemos que nada. Temos a sensação de que os Espíritos vivem nas cercanias dos encarnados, conferindo-lhes normas e preceitos por vezes bizarros, prevalecendo a impressão de que eles são confusos, os seus preceitos impraticáveis no mundo terreno.
Daí a crença bastante correcta de que eles vivem perto de nós, com uma moral muito própria, porque munidos de um ver mais lato e mais abrangente que o nosso; que de tudo o que nos ensinam, o nosso psiquismo comportamental faz uma longa triagem e só uma pequena parte consegue assimilar.
Em consequência, os moralistas são grandes sonhadores, teóricos e metódicos, introvertidos, médiuns relativamente desenvolvidos e bons comunicadores com os Espíritos. Isto para dizer que a nossa moral, não é apenas nossa, mas uma resultante da osmose entre a Terra e o para lá que a circunda.
Mas para o Espiritismo não é bem assim. Há que ter todo o cuidado no que diz respeito a questões morais. Esta é uma matéria que define com clareza o tipo de Entidades que comunicam com a Terra. Os encarnados devem, por isso, submeter toda a informação à crítica, à interrogação, e não aceitarem sem mais o que lhes advier dos Espíritos.
Na Terra, quem manda, põe e dispõe, são os que nela vivem. No Astral, são os desencarnados. Ambos, segundo obediência aos desígnios da Divindade. A comunicação entre as partes deve ser de tolerância, consciência, de modo a que tenham em consideração as nuanças próprias do mundo em que vivem.
Muitos são os que se servem das Entidades para fazerem prevalecer os seus intentos, por vezes nada positivos. O homem na Terra precisa de tomar as rédeas da sua moral, ser capaz, porque já solidamente emancipado e desenvolvido, de construir um corpus legislativo baseado numa concepção mais apurada de justiça.
(Continua)

Barbara Diller

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