domingo, junho 29, 2008

MORTE É FELICIDADE XVII


A COMEMORAÇÃO DOS MORTOS (Continuação)

c)o Dia de Finados

Ainda que convivamos com uma pessoa quase diariamente, se quisermos convidá-la para tomar uma refeição temos que previamente marcar, sob pena de não sermos satisfeitos no nosso convite. Sabemos que se trata de um encontro diferente, não ocasional, certamente festivo.
O mesmo se passa com o nosso convívio espiritual. Ainda que os desencarnados se manifestem todos os dias por este mundo, o certo é que faz todo o sentido que haja um dia destinado a nos encontrarmos, não em trabalho, mas em festa. Como tal, esse dia deve estar antecipadamente marcado para que todos, encarnados e desencarnados, estejam mentalmente preparados para o grande encontro.
Mas esse encontro não significa que precise das mediunidades para se justificar. Bem pelo contrário. Não são raras as pessoas que sentem um não sei quê, uma qualquer alteração na sua sensibilidade, quase dando-lhes a certeza de que foram visitadas por alguém do outro lado. Habituados como estamos ao toque físico, pensamos que a manifestação dos Espíritos só acontece a quando do uso dos médiuns. Urge perceber que não é porque se não vê uma Entidade que ela não se manifesta, e a mediunidade, tal como nós sabemos, não é capacidade só de manifestações exuberantes. A mediunidade também se faz manifestar através de sensações bem mais discretas, e esse não sei quê é uma delas.
Isto significa que, contrariamente ao que se pensa, o Dia de Finados não é encontro de lágrimas, mas de felicidade. É o dia da grande visita, da comprovação de que eles estão vivos, que sentem por nós o mesmo afecto e que, independentemente do seu estado, manifestam-no.
É o dia do traje a rigor, um traje mental de corações que se encontram. Esse encontro terá sucesso assegurado se o nosso ambiente for de recolhimento e silêncio. Os Espíritos não gostam de alarido, gritos, tristeza, mágoa. Ter em casa uma música ambiente muito suave, flores ao lado da fotografia do falecido, nesse dia, terá para ele um significado muito especial. Se fizer acompanhar o conjunto por uma prece de agradecimento a Deus, há certamente momentos de grande felicidade no lar.
Mas se por ventura alguém fizer desse dia uma romagem espalhafatosa em autêntica histeria, converte um dia de festa em dia de sofrimento. Nós, seres encarnados, temos uma tendência muito especial para estragar as coisas boas. O Dia de Finados é um dia de grande sentimentalidade, em que também as Entidades estão desejosas de nos visitar, movidas pelo pensamento dos que por cá ficaram. Não é porque o ramo de flores é um autêntico braçado que as Entidades ficam mais contentes.
Torna-se imperioso sabermos conviver, em alegria, com os que já partiram.
Barbara Diller

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