sexta-feira, setembro 04, 2009

MORTE É FELICIDADE XLIV


(Continuação)

COMUNICAÇÃO ENTRE MORTOS E VIVOS


Com o objectivo tornar mais inteligível esta relação, resolvemos passar para o discurso directo uma ínfima parte de algumas comunicações, quando em trabalho de doutrinação. Longe de serem Entidades luminosas, são, por isso mesmo, fiéis representações do que nós mesmos ainda temos que aprender, espelhos da nossa essência.
Deixamos, porém, ao critério do Leitor a indispensável interrogação, sempre em aberto e tão necessária.

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Quantas vezes nos perguntamos se tudo isto vale a pena. Quantas vezes não pensamos que seria melhor não nos importarmos, e deixarmos tudo acontecer como se nada fosse. São tantas a vezes que trilhamos uma revolta que parece não ter fim, que nos perguntamos sem cessar: porquê, meu Deus, porquê esta solidão e este vazio provocados pela morte cruel de quem mais amamos?
Porquê? Por que tem que ser assim? Estas lágrimas de martírio, esta força triste que nos persegue, esta fraqueza, tudo, enfim, nos esmaga, nos torna redutíveis a um grão de nada.
E pensamos que somos tanto, tão importantes, tão intransigentes, tão cheios de saber, tão agressivos em nossos propósitos, tão pouco vulneráveis. O que nós defendemos, o que nós pensamos, o que nós vemos, o nosso Deus, tudo é melhor, mais coerente, porque é nosso, simplesmente nosso.
Somos mais, somos verdade, somos tudo o que Deus criou. Os outros, quais outros? Esses devem obedecer-nos.
Mas, quando menos e espera, vem a morte, e com ela tudo acaba. A riqueza material, o poder, a importância, as honras mundanas, a mentira. A morte remete-nos para a transparência. É o grande confronto com a nossa negatividade.
Não vale a pena perguntarmo-nos se tudo isto vale a pena. É claro que vale.
Vale a pena a humilhação, pois é com ela que nos humildamos e consciencializamo-nos do nosso real tamanho. Por ela devemos agradecer ao Pai todas as lágrimas perdidas no silêncio de uma alma na luta contra a sua baixa natureza.
Humilhação, injustiça, silêncio, abandono, tristeza, aflições fazem de número considerável de almas ainda o seu pão nosso de Luz Divina. São elas as bem-aventuranças do Mestre, o Sermão da Montanha de todos os que tiveram a graça de serem ouvidos nas suas angústias, do muito que há por pagar.
Quem assim vive tem a certeza de que ter por companhia a Cristo, envolvido no Seu manto de Luz. E é claro que isso vale a pena.

(Continua)

Nota Explicativa: Como certamente os leitores atentos constatarão, a partir deste post, passarei a assinar os artigos como Margarida Azevedo, que é o meu verdadeiro nome. Barbara Diller é apenas um pseudónimo literário .

Que Deus vos Abençoe e até para a semana.

Margarida Azevedo


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