sábado, março 05, 2011

ISTO É MESMO VERDADE


Não falta nos meios espíritas quem sofra de uma dor deveras acutilante por não saber quem foi em vidas pretéritas. Não lhes interessa que a Doutrina defenda que nascemos esquecidos para nosso benefício, quer psicológico quer espiritual.

Mas não. Não escapa a essa sede de passado a perigosa regressão de vidas passadas, trazendo muitas vezes à tona aspectos que, além de não serem verificáveis, constroem autênticos labirintos tenebrosos na cabeça das pessoas, levando-as a tomar atitudes que muito as prejudicam.

A esta ânsia inconsciente nada escapa, até os próprios tribunos da Doutrina. Refiro-me a F.C. Xavier, como poderia referir-me a outros, o qual dizem ser a reencarnação de A. Kardec. O resultado está à vista. Perdidos na ânsia de ganhar dinheiro, o tão brilhantemente chamado protagonismo e a muita ambição em querer mandar, estão os falsos espíritas a minar a Doutrina dando da mesma uma imagem distorcida com as suas mentiras. Se associarmos a isto a sede de poder, estão a conduzir o movimento espírita àquilo que tanto têm combatido nas outras igrejas, nomeadamente a mistura cínica dos assuntos espirituais com os assuntos da política, caindo no compadrio e nas benesses e excluindo os que não são da “mesma cor” religiosa ou política.

O Espiritismo, pela sua própria natureza, nada tem a ver com estas práticas. Trata-se de um movimento espiritual que tem como finalidade primeira esclarecer as pessoas no sentido de as ajudar a desenvolver a fé e compreenderem que este mundo não é o principio nem o fim, que a vida continua, que Deus não separa ninguém com a morte e que esta vida é uma passagem, uma pequena estada num mundo transitório. Entre muitas outras coisas.

Face ao que se está a passar, considero um escândalo, em vários aspectos:

1. Está a acontecer no movimento espírita uma onda de profunda negatividade a que ninguém está a conseguir por cobro.

2. Mercê de uma ambição sem precedentes, todos querem dar ordens; “Quem manda aqui sou eu”, ouve-se com frequência, como se a Casa Espírita tivesse dono.

3. Os que pretendem fazer alguma coisa em prol da Doutrina ou da Casa são silenciados. Quanto aos outros, realizam obras grandiosas, ou antes, prodigiosas, para mostrar que são capazes de grandes feitos, enganando até a própria sociedade.

4. Nos Centros Espíritas respira-se um ambiente pesado. Todos olham para todos com desconfiança, pois falta o verdadeiro espírito fraterno, prova de que as bases da Doutrina estão a ser letra morta.

5. Mercê do isolamento face às demais doutrinas, não há pontos de referência para enquadrá-la no todo social, nem se estabelecem ou promovem encontros plurireligiosos, porque centrados maioritariamente na leitura de psicografias, às quais estão a atribuir a totalidade dos saberes.

6. Em suma, no muito que ainda haveria por dizer, falta amor, humildade e profundo sentido de bem servir, estudo de Kardec com espírito crítico, estudo de matéria científica no que se refere a História das Religiões, Jesus Histórico, etc.

O resultado está à vista. A Doutrina está completamente isolada das outras e os falsos espíritas estão a servir-se dela para conseguirem os seus intentos, levando-a ao descalabro em que se encontra. De ano para ano o ambiente tem-se deteriorado.

Falta Cristo, falta amor, falta estudo, falta prece, e falta principalmente compreender que ninguém é dono da verdade. Se não há ignorante que não ensine nem sábio que não aprenda, todos têm muito para dar. Precisamos de nos ouvir. Muita paz.

Margarida Azevedo




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