MORTE É FELICIDADE XXII
A IMPORTANCIA DA MORTE NA VIDA DOS VIVOS.
(CONTINUAÇÃO)
2. A identidade dos mortos
Não falta por aí quem diga que recebe a comunicação da Entidade X ou Y, geralmente alguém muito iluminado, querendo constituir-se como profeta da verdade suprema. Escrevem poesia, declamam, encalorados, as suas rimas, prosam sobre os temas ocultos mais obtusos, expõem princípios intransigentes defendendo um punhado de comportamentos pudicos de fugir a sete pés, tornam-se sacerdotes da mentira.
Outros, fazendo alarde de suas faculdade mediúnicas a cem por cento, dizem-se privilegiados por terem sempre junto de si Espíritos que os comandam, de tal modo que não são capazes de sair à rua sem que primeiro tenham consultado o oráculo lá de casa, a fim de ouvirem as últimas, qual síntese noticiosa televisiva.
Deste modo, podemos dizer sem receios que a questão da identidade dos mortos conduz a humanidade às maiores obsessões que se possam imaginar. Supondo-se assistidos por esta ou aquela Entidade, temos povos inteiros a odiarem-se, famílias desunidas, separações entre pais e filhos, etc.
Com isto não queremos dizer que a identidade dos mortos esteja, por via de regra, sempre vedada. Queremos tão somente dizer que raramente ela é revelada e, quando o é, deve-se duvidar até ao fim, pois não é a sua identidade que está em causa, mas a qualidade da mensagem.
Por outro lado, há uma tendência, resultado de condicionalismos culturais, para invocar os mortos da família como sendo santos, ou pelo menos grandes protectores. Esse é um dos maiores e mais vulgares erros. A noção de família não se reduz aos laços desenvolvidos em uma encarnação, mas em uma pluralidade de encarnações.
O excesso de confiança nas faculdades mediúnicas ou nas Entidades torna a comunicação entre encarnados e desencarnados um acto perigoso, quando, na realidade, é a forma de comunicação mais comum desde sempre.
Distanciam-se de dia para dia os tempos do clã, da noção de mortos como antepassados (meus) falecidos, cheios de saber e responsabilidade. Hoje, mediante uma maior abertura à realidade palpável da comunicação com o Além, os mortos formam o conjunto das Inteligências que nos cercam, mais ou menos esclarecidos, mas sempre pouco claros, pouco conhecedores do mundo mais luminoso.
Viver com os mortos por perto está a tornar-se progressivamente mais universal, apátrio, não perdendo a pessoalização própria da comunicação, a afectividade, a empatia, o afecto. Além disso, temos que nos lembrar do facto de algumas Entidades que comunicam connosco não terem a noção do nosso aspecto físico tal como o possuímos. Muitas vêem-nos com o aspecto de há vidas atrás. Isso é muito comum entre Entidades que não têm as capacidades de comunicação desenvolvidas, como surge por vezes nas obsessões acompanhadas de perseguição, como iremos ver mais adiante ainda neste capítulo.
Assim, a identidade dos mortos é tão problemática para os vivos, como a dos vivos para os mortos. E não se pense que a vidência é responsável pelo maior discernimento quanto a este problema. Pelo contrário, não podemos deixar que a sensibilidade ao sentido que nos é mais caro tome a dianteira de um discernimento que lhe não pertence. A visão é tão cheia de erros e limites como o tacto, o gosto, a audição.
Discernir de uma Entidade é um acto de sensibilidade que se não define por palavras, sensibilidade do coração, razão e capacidade de interrogação, espírito crítico a cem por cento. As Entidades imitam o branco, ou iludem-nos com ele, simulam discursos belos e cheios de amor, mas não causam paz, não deixam um rasto de bem estar, de felicidade. preocupadas com a forma ao invés do conteúdo, iludem e ludibriam os mais desatentos.
A Entidade sincera não tem medo de se mostrar como é, com seus defeitos e suas qualidades, tal como os encarnados sinceros não temem mostrar-se tal como são uns perante os outros. Além disso, sabendo que podem perturbar o equilíbrio dos encarnados, a maioria das Entidades sinceras prefere, por sua vontade livre e expontânea, omitir a sua verdadeira identidade.
Outras há que, tendo sido pessoas importantes na Terra, mas sem qualquer importância no lado de lá porque aí só é importante quem tem luz, não se identificam pois os encarnados não as acreditariam. Muitos certamente diriam que era a Entidade que, num acesso de humildade extrema, estaria a falar de si como se de uma insignificância se tratasse, que é precisamente o que todos nós somos.
Isto significa tão simplesmente que o problema da identidade não tem nada a ver com os Espíritos, mas tudo com os encarnados que são pouco ou nada esclarecidos. A dúvida é o método mais eficaz para conquistar o discernimento, os conhecimentos necessários para não se deixar iludir, vítima da sua mesma ignorância. Se os encarnados fossem mais abertos ao esclarecimento espiritual, podemos ter a certeza de que não haveria contos do vigário, nem gato por lebre.
Não falta por aí quem diga que recebe a comunicação da Entidade X ou Y, geralmente alguém muito iluminado, querendo constituir-se como profeta da verdade suprema. Escrevem poesia, declamam, encalorados, as suas rimas, prosam sobre os temas ocultos mais obtusos, expõem princípios intransigentes defendendo um punhado de comportamentos pudicos de fugir a sete pés, tornam-se sacerdotes da mentira.
Outros, fazendo alarde de suas faculdade mediúnicas a cem por cento, dizem-se privilegiados por terem sempre junto de si Espíritos que os comandam, de tal modo que não são capazes de sair à rua sem que primeiro tenham consultado o oráculo lá de casa, a fim de ouvirem as últimas, qual síntese noticiosa televisiva.
Deste modo, podemos dizer sem receios que a questão da identidade dos mortos conduz a humanidade às maiores obsessões que se possam imaginar. Supondo-se assistidos por esta ou aquela Entidade, temos povos inteiros a odiarem-se, famílias desunidas, separações entre pais e filhos, etc.
Com isto não queremos dizer que a identidade dos mortos esteja, por via de regra, sempre vedada. Queremos tão somente dizer que raramente ela é revelada e, quando o é, deve-se duvidar até ao fim, pois não é a sua identidade que está em causa, mas a qualidade da mensagem.
Por outro lado, há uma tendência, resultado de condicionalismos culturais, para invocar os mortos da família como sendo santos, ou pelo menos grandes protectores. Esse é um dos maiores e mais vulgares erros. A noção de família não se reduz aos laços desenvolvidos em uma encarnação, mas em uma pluralidade de encarnações.
O excesso de confiança nas faculdades mediúnicas ou nas Entidades torna a comunicação entre encarnados e desencarnados um acto perigoso, quando, na realidade, é a forma de comunicação mais comum desde sempre.
Distanciam-se de dia para dia os tempos do clã, da noção de mortos como antepassados (meus) falecidos, cheios de saber e responsabilidade. Hoje, mediante uma maior abertura à realidade palpável da comunicação com o Além, os mortos formam o conjunto das Inteligências que nos cercam, mais ou menos esclarecidos, mas sempre pouco claros, pouco conhecedores do mundo mais luminoso.
Viver com os mortos por perto está a tornar-se progressivamente mais universal, apátrio, não perdendo a pessoalização própria da comunicação, a afectividade, a empatia, o afecto. Além disso, temos que nos lembrar do facto de algumas Entidades que comunicam connosco não terem a noção do nosso aspecto físico tal como o possuímos. Muitas vêem-nos com o aspecto de há vidas atrás. Isso é muito comum entre Entidades que não têm as capacidades de comunicação desenvolvidas, como surge por vezes nas obsessões acompanhadas de perseguição, como iremos ver mais adiante ainda neste capítulo.
Assim, a identidade dos mortos é tão problemática para os vivos, como a dos vivos para os mortos. E não se pense que a vidência é responsável pelo maior discernimento quanto a este problema. Pelo contrário, não podemos deixar que a sensibilidade ao sentido que nos é mais caro tome a dianteira de um discernimento que lhe não pertence. A visão é tão cheia de erros e limites como o tacto, o gosto, a audição.
Discernir de uma Entidade é um acto de sensibilidade que se não define por palavras, sensibilidade do coração, razão e capacidade de interrogação, espírito crítico a cem por cento. As Entidades imitam o branco, ou iludem-nos com ele, simulam discursos belos e cheios de amor, mas não causam paz, não deixam um rasto de bem estar, de felicidade. preocupadas com a forma ao invés do conteúdo, iludem e ludibriam os mais desatentos.
A Entidade sincera não tem medo de se mostrar como é, com seus defeitos e suas qualidades, tal como os encarnados sinceros não temem mostrar-se tal como são uns perante os outros. Além disso, sabendo que podem perturbar o equilíbrio dos encarnados, a maioria das Entidades sinceras prefere, por sua vontade livre e expontânea, omitir a sua verdadeira identidade.
Outras há que, tendo sido pessoas importantes na Terra, mas sem qualquer importância no lado de lá porque aí só é importante quem tem luz, não se identificam pois os encarnados não as acreditariam. Muitos certamente diriam que era a Entidade que, num acesso de humildade extrema, estaria a falar de si como se de uma insignificância se tratasse, que é precisamente o que todos nós somos.
Isto significa tão simplesmente que o problema da identidade não tem nada a ver com os Espíritos, mas tudo com os encarnados que são pouco ou nada esclarecidos. A dúvida é o método mais eficaz para conquistar o discernimento, os conhecimentos necessários para não se deixar iludir, vítima da sua mesma ignorância. Se os encarnados fossem mais abertos ao esclarecimento espiritual, podemos ter a certeza de que não haveria contos do vigário, nem gato por lebre.
(Continua)
É chegado o momento de fazer uma pausa para um merecido descanço. Voltarei em Setembro.
Que Deus vos abençoe!
Barbara Diller