terça-feira, dezembro 24, 2024

NATAL 2024


 

            Desejo a todos os irmãos e irmãs um santo Natal. Que seja a festa da fé, a alegria de quem, por meio de Jesus, chama ao Deus Altíssimo “Pai”. Este Messias prometido, salvador do mundo, o Emanuel (Deus connosco) que sedimenta a Aliança de Deus com o seu povo é uma presença que nos chama à responsabilidade de sermos seus seguidores. Não basta acreditar em Jesus como o messias, é imperioso imitá-lo na sua simplicidade, na humildade da manjedoura, na valoração da família.

            Cada um de nós pode ser Jesus quando bate à porta de um necessitado adivinhando-lhe aquilo de que precisa; quando acredita, e por isso luta, pela paz em todos os lugares da terra; quando enaltece aqueles que se entregam ao bem-fazer, no silêncio a que estes são naturalmente votados; quando tem a coragem de ser diferente impondo-se contra o vulgo na sua verdade construída e perigosa.

            Mas somos Jesus ainda mais quando entramos na dinâmica do protesto: contra a desumanidade, contra um humano muito humano circunscrito às coisas muito grandes, famosas, ou a outra coisa qualquer muito vistosa. Há uma outra humanidade, a de Deus, de que Jesus é o grande testemunho. É a humanidade do relativo, do pequeno, do vulnerável. Com Jesus, o pequeno torna-se grande, os relativos espaços onde nos movemos tornam-se caminho, e a fraqueza torna-se força. Acaba a circunscrição à nossa visão das coisas grandes. O Natal é a abertura a uma nova perspectiva: somos de Deus na medida em que partilhamos as nossas experiências, que conseguimos dizê-las por meio de palavras que são sempre novas, de frases não feitas, sem slogans.

            Ser-se cristão é assumir uma humanidade que é terra e carne através do ar que nos é insuflado pelas narinas. Se quisermos, podemos ser tudo o que Deus quer, porque a vontade de bem-querer já não é apenas a felicidade passageira deste mundo, mas a força da fé de que outras realidades mais elevadas existem e estão ao nosso alcance.

            O mundo precisa de vozes que, em uníssono, se imponham pela paz, pela esperança e pela bondade. Que este Natal seja um ponto de viragem nas nossas vidas, um grande momento de humanidade.

 

            Margarida Azevedo