sexta-feira, março 30, 2012

CARTA ABERTA AOS PRESIDENTES DAS FEDERAÇÕES ESPÍRITAS, DAS SUBORGANIZAÇÕES, DOS MOVIMENTOS, DOS CENTROS E DE TUDO O MAIS QUE TENHA PRESIDÊNCIAS DENTRO DO ESPIRITISMO

De um lugar qualquer, s/dia, s/mês, s/ano
Assunto: “O elogio imerecido é escárnio mascarado.”

                                           Provérbio alemão

Caros amigos

Espero que não fiquem escandalizados com a minha audácia em dirigir-me a tão ilustres personalidades do movimento espírita nestes termos, mas recuso-me terminantemente a tratar por V.ª Exª seja quem for dentro deste santo movimento. Trato-os por amigos, que é como me sinto bem.

Assim sendo, passo de imediato ao desabafo dos considerandos que me entristecem a alma.

Tenho verificado que os meus amigos primam essencialmente pelo brilhantismo da actividade discursiva, de que sublinho a retórica sem maiêutica, impregnada de ironia, em que não raro chamam estúpido ao auditório que, embevecido com as vossas poses, nem percebe que está a ser insultado. Perdidos nos rodeios e subterfúgios, nos floreados malabarísticos, as frases são usadas num encadeamento de fazer inveja ao mais audacioso dos políticos, que se ainda não vos conhece nem sabe o que perde. Aconselho vivamente que qualquer indivíduo que pretenda seguir uma carreira na política, com sucesso, acrescente-se, faça um estágio convosco pois terá uma carreira brilhante pela frente, e os meus amigos sempre poderão tirar mais algum proveitozinho, o que nos tempos que correm é precioso pois nunca se sabe o que a vida nos reserva. Já dizia a minha avózinha: “A vida é tão curta e tão ingrata. Olá se não é!”

Após as longas dissertações frívolas, e entrados no falso período de perguntas e respostas, ninguém recebe o tão almejado esclarecimento por várias razões que, num crescendo, enumero do seguinte modo, à laia de decálogo:

1. As perguntas são: mal formuladas; descontextualizadas; confusas;

2. O interrogante está mal intuído, logo perturbado;

3. O interrogante não esteve com atenção;

4. A pergunta não é espírita, não tem que ver com a Doutrina (não sei o que é isso);

5. A pergunta não faz sentido, é ridícula;

6. O orador ri da pergunta, a assembleia também, por imitação, pois ninguém sabe do que ri;

7. Quando responde, “dá o tiro ao lado”, não responde à pergunta;

8. O orador diz que a resposta é demasiado óbvia, e escusa-se a responder;

9. O orador omite que não percebeu a pergunta ou que, tão simplesmente, não sabe responder;

10. O orador reencaminha a resposta para outra pessoa da mesa.

Complementando o quadro, temos os locais tão requintados e tão explendidamente exuberantes que, na minha modesta sensibilidade, ajudam a construir o fascínio do ambiente de tanta luz. Outros, porém, dormem mal o discurso começa. São os portadores dos maus Espíritos, no vosso dizer e no daqueles que seguem as vossas pisadas. Eu diria antes que são os protegidos dos vossos discursos frios e calculistas, da vossa fascinação perigosa, da vossa vaidade ridícula.

São os que em nome do sofrimento, tão chantageado por vós e pelos vossos acólitos, ou iludidos com a suposta presença de Entidades oriundas dos mais iluminados confins do universo, na sua boa fé deslocam-se às vossas prelecções com o objectivo de sobre eles pingar uma gota d´água, alguma luzinha sobre a alma sedenta de luz e de paz. Mas não. O auditório ouve embevecido os vossos discursos quais histórias de encantar, realmente para adormecer, cheias de moralidade mas, espremidas não deitam sumo. Porém, eles ouvem-nas fascinados como que saídas da boca de um jesus cristo culpabilizador, intransigente, calculista, discriminador, que lhes põe o dedo nas chagas e que os faz pensar “Ai que maus que nós somos!” interrogando-se depois, aflitos: O que fazer!” Já ouvi quem respondesse: “Muito trabalhinho, meu amigo, muito trabalhinho.”, enquanto virava as costas à pessoa e subia as escadas do Centro, por acaso um dos mais antigos de Lisboa.

Ninguém vos ouve em nome de Jesus, o Cristo, o Filho do Deus vivo, o Cordeiro de Deus, o Justo, o Mártir por todos nós; o profeta do perdão incondicional, do amor sem fim, enfim o Amor. Não mencionam aquele que nasceu numa cabana, que pregou pelos campos, na sinagoga, em Jerusalem. Não, ninguém caminha para Deus com os vossos discursos, mas antes para a perdição, para aquele que, no deserto, disse a Jesus que “tudo o que vês será teu se me adorares”. Os vossos discursos não ensinam a renegar a idolatria, a fascinação, o desejo ávido de poder, os elogios fáceis e podres. Quando falam de simplicidade e de virtudes afins tudo isso não passa de meros utensílios de retórica para aludir o auditório que vos bajula.

Ademais, não consta que Jesus, os Apóstolos, os profetas do Antigo Israel, e todos os que a este mundo vieram com nobres missões de pôr alguma ordem e juízo no espírito mais comum dos seres pensantes, fossem alguma vez referenciados do modo como são os líderes espíritas.

No entanto, não pensem que estou a compará-los com tão ilustres seres. Não, nada disso. É que, nas minhas rudimentares observações, os meus amigos já conquistaram o vosso lugar na terra, não precisam das bençãos do céu (Bem-aventurados os que...).

Por isso, permitam-me que peça com o coração maior que a cabeça: Façam das vossas vidas tudo o que quiserem, pois ninguém tem nada com isso, mas rogo-vos humildemente que não enxameiem a Doutrina de Entidades trevosoas, não a entreguem ao devaneio; não façam dos Centros espíritas casas de leviandade; não amputem os seus membros, trabalhadores afincados e humildes de coração; não decapitem as cabeças pensantes, estudiosas, tementes de Deus e de Seus Emissários. Não mutilem a Doutrina, pois ela é Arte, é Sabedoria, é Justiça, é Amor.

Por favor, façam uma limpeza às vossas almas, como todos nós, aliás, fazemos a cada dia que passa. Arrependam-se. Um homem/mulher arrependido(a) é um filho perdido que retorna à casa do pai. Todos nós estamos em idêntico caminho, cruzamos os mesmos trilhos cheios de irregularidades. O arrependimento é a nossa força motriz.

Que Jesus chegue aos vossos corações e possam dizer,em jeito do evangelho lucano: “Eu pesquisei, eu encontrei. Por isso dedico a ti, Teofilo, este meu evangelho. Façamos um baquete à descoberta de Jesus. ”

Partilhemos o banquete do nosso arrependimento, festejemos a nossa regeneração, convivamos em festejos de luz, a nossa luz ainda que fraquinha, mas a luz dos amigos de Deus.

Meus amigos, afastem-se das trevas, queiram o que deve ser desejado, vivam em paz com as vossas consciências purificadas. Abandonem as cerimónias, as passadeiras vermelhas, as reuniões fúteis. Trabalhem, trabalhem sempre com muito amor e nada vos faltará, até o perdão incondicional daqueles de quem tanto mal têm dito, a quem tanto enganaram, de quem tanto abusaram da paciência.

Não sou defensora da reencarnação para pagar dívidas do passado esquecido, soa-me a pena de Talião e à invenção do movimento infinito, para nada. Defendo a reencarnação como escola do perdão e do arrependimento, da tomada de consciência. É que, pagar uma dívida não significa arrependimento, mas o arrependimento implica sempre a consciência de uma dívida que urge compreender. O pagamento não anula o passado; o arrependimento é Cristo redentor num coração enobrecido.

Estamos sempre a tempo. O amor é paciente. Deus é Pai, e nós aguardamos a fraternidade em plenitude. Aguardo cheia de esperança o abraço da paz entre todos os espíritas, num lado qualquer.

Um abraço fraterno

Margarida Azevedo

segunda-feira, março 26, 2012

O ANTI-CRISTO INVADIU O ESPIRITISMO


O movimento espírita está cada vez mais envolvido numa espécie de teia complexa de onde emerge um submovimento que está a tomar proporções verdadeiramente alarmantes, mercê das ideias e da prática que delas resulta. Tal não surge porque alguém se lembrou de afirmar que Emmanuel é o quinto evangelista, ou que Francisco Cândido Xavier é a reencarnação de Kardec. Tais afirmações são apenas um resultado e não o princípio, pois que o problema é bem mais complexo.

Desde a aceitação cega e incondicional de tudo o que por aí se escreve, venha ou não por via psicográfica, esses falsos espíritas criaram uma espécie de elite mediúnica em que só determinados médiuns são credíveis, sejam eles palestrantes, psicógrafos ou passistas. Como vivemos na época dos ídolos, dos líderes e das imagens de marca, pretendem eles que o Espiritismo também tenha os seus. Ora, nem Fancisco Cândido Xavier nem Emmanuel são ou serão imagem de marca do Espiritsmo. E quem diz destas duas almas diz de quem quer que seja. A Doutrina nada tem a ver com tais vaidades.

Se tomarmos em consideração a personalidade dos iluminados que produzem tais slogans publicitários, verificamos que algumas características comuns: imposição dos seus ideais, agressividade para com aqueles que tentam desmascará-los nos seus intentos, chantagem doutrinal, como por exemplo, cínica alusão aos falsos profetas, aos lobos com pele de cordeiro, vitimizando-se dos maus pendores em consequência da maldade que, no seu pensar limitado, impera nos Centros.

Face a esta realidade, não tenho dúvidas em afirmar que o submovimento em causa saíu directamente das entranhas do anti-Cristo. O que quer isto dizer? Que se está a fazer o contrário do que Jesus ensinou, daquilo a que a Codificação exorta, donde resulta a falta de amor incondicional a Deus e ao próximo como a si mesmo. Trata-se de gente que perdeu o temor a Deus, que nada tem a ver com a Doutrina.

Mas as aberrações não ficam por aqui. Um dirigente de um centro espírita disse-me peremptoriamente: “Não precisamos da Bíblia para nada. São textos muito antigos, de quando a humanidade ainda estava muito atrasada. O Espiritismo dispensa-os pois o Espírito de Verdade diz-nos tudo o que precisamos de saber” , acrescentando ainda que, “quanto aos passes, quantos mais melhor” (assunto que ficará para outra ocasião). Esquecendo-se de que Jesus tinha a Bíblia hebraica como o seu texto sagrado, a que faz referência nas suas mesmas explanações (Mt 5:21-22;27-28;31-32;33-37;38-48.6:28-29.17:3-4; 11-13. 18. 19:4-8;22-29;31-32;36-40; 41-46. Mc 7:6-8;10.9:4;10;12-19;35-37. Lc 1:69; 16:19-31;17-32;20:28. Jo 1:17; 21; 7:10;22;42;8:57-58;10:22;34-35;12:14-15), referindo-a nos próprios Mandamentos, como em Mt 22:36-40:” Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda a lei e os profetas.”; não lhe passando pela cabeça que os primeiros cristãos a tinham igualmente como as suas Escrituras e que o Evangelho Segundo o Espiritismo a cita também (Is 26:19. Job 14:10-14, cap. IV, “Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo”, p.69. Ex XX:12 Decálogo, cap. XIV, “Honra a teu pai e a tua mãe”, p.195), o dirigente ignorante, que certamente nunca leu uma linha da Bíblia, desconhece o quanto os seus escritos estão actuais. Além disso, não é possível perceber o Jesus histórico sem ter uma noção, ainda que rudimentar, do contexto em que este se situa, quer em termos religiosos, quer em termos sociais e políticos. Não é possível perceber minimamente o papel de Jesus sem o contextualizar nas Escrituras do Primeiro Testamento de que ele é um fervoroso comentador.

Além disso, porque o Espiritismo está completamente isolado das outras doutrinas, desconhece o referido dirigente, e com ele a esmagadora maioria dos espíritas, que os estudiosos das doutrinas não estudam apenas os textos em que elas se fundamentam. Todo e qualquer estudioso sério debruça-se atentamente sobre os textos das outras doutrinas, claro está, não para as combater mas para as compreender e saber situar-se perante elas..

Por outro lado, se vamos por uma questão de antiguidade, então o Evangelho Segundo o Espiritismo é obra a abater também, pois que afirma explicitamente que “O Espiritismo se encontra por toda a parte, na antiguidade, e em todas as épocas da humanidade.” (idem, p. 18); que Sócrates e Platão são os “precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo (idem, p.31).

Mas isto no que se refere apenas a questões doutrinárias. Se entrarmos no campo da mediunidade, o Espiritismo vai ainda mais longe pois ao encontrar-se em todas as épocas da Humanidade, ele está presente “...nos escritos, nas crenças e nos monumentos, e é por isso que, se ele abre novos horizontes para o futuro, lança também uma viva luz sobre os mistérios do passado.” (idem, p.18). Isto significa que a mediunidade faz parte da História Universal, e que é impossível percebê-la a partir somente da Codificação, a menos que na mesma leva se deitem para o lixo os livros de História Universal. Com ela se aprende que a qualidade mediúnica nada tem a ver com as épocas, mas tão somente com o modo como é exercida. E aqui, a avaliar pelo que se está a fazer dentro do Espiritismo, não tenho dúvidas de que os pretensos sábios têm muito a aprender com os antigos modos de a exercer. Só para citar um exemplo, a consulta dos oráculos na Grécia antiga é infinitamente mais rica que a não assumida pseudo-consulta aos Espíritos feita em psicografias, na maioria falsas, que nos chegam em livros caríssimos com os quais os Centros fazem um brutal negócio e cujo resultado é isso mesmo, espalhar a mentira, introduzir no movimento espírita a desunião, o desentendimento e separar o que em nome de Jesus devia estar unido.

Por outro lado, a afirmação de que a Bíblia não serve para nada significa entrar em conflito com as organizações religiosas que a têm como o seu texto sagrado. Sendo o Espiritismo uma doutrina aberta e respeitadora de todas as ideologias religiosas, esses que fazem tais afirmações dão uma imagem falsa do movimento espírita, além de manifestarem uma profunda falta de respeito pelos parceiros religiosos das outras confissões.

Entregues à avidez de protagonismo, dito em português suave, subdividiram o movimento em tantos grupos quantos os interesses de quem pretende denegrir uma doutrina respeitável.

Assim, temos as associações de tudo e mais alguma coisa, dirigidas por magníficos, por extraordinários, por grandes tribunos, por excelentes cuja presidência foi conquistada à custa de horas perdidas em reuniões onde toda a gente “botava faladura”, e onde todos queriam chegar ao nobre cargo. Mas como a porta é estreita, claro está que só os mais, os super bons atingiram o tão almejado podium.

Temos assim os excelentíssimos senhores e as excelentíssimas senhoras presidentes, que escrevem muitos livros ditados por Entidades famosas, que não dão vazão a tantas solicitações, que correm seco e beco a ensinar como dirigir, mandar, modernizar, desenvolver tudo e mais alguma coisa dentro do movimento; que criam normas e máximas que todos devem cumprir, sob pena de estar tudo em muito mau astral. São eles que fazem as limpezas morais dentro do Espiritismo, que se encarregam da nobre missão, e tão nobre que ela é, de expulsar tudo o que está podre, excumungando gente séria. São “venerados e adorados, os protegidos” dos Espíritos superiores, cujas comunicações são incontestavelmente escritura sagrada. Têm sempre a última palavra, nada têm a aprender, são correctíssimos, pois a sua nobilíssima missão confere-lhes uma aura protectora de tal modo forte que não há nada negativo que entre com eles.

Promovem encontros de trabalho em locais caros de ambiente hollywoodesco, onde se paga bem, pois não brincam em serviço; maldizem de quem se lhes opõe, vendo em tudo e todos um inimigo em potência, uma vez que pode fazer vacilar a sua permanência no cargo ou denunciar a sua inutilidade.

Esses falsos espíritas não acreditam no Espiritismo nem o compreendem. São forças ao serviço do Mal. Não tenho dúvidas de que se muitos os vissem nas suas auras, bem como àqueles a que dão crédito, fugiam a sete pés. São desconfiados e vaidosos, usam uma linguagem confusa e pouco ou nada sabem da Doutrina. O que pensam saber é para ser usado contra os irmãos que abnegadamente trabalham com dedicação na Casa espírita. São manipuladores, perigosos, mentirosos e facilmente levantam falso testemunho de quem quer que seja. Não olham a meios para atingir os fins. Alguns falam com voz mansa, muito terna; são os mais disciplinados nos Centros porque fanáticos na intransigência. Têm resposta pronta para todas as perguntas, resolvem todos os problemas porque, no seu pensar mesquinho, tudo é por demais ridículo. Possuem uma lógica insana e justificam os problemas de forma fria, calculista e culpabilizadora, terminando os seus discursos com, mais ou menos repticiamente, alusões ao fim do mundo, no intuito de assustar o auditório tentando fazer da Doutrina um movimento apocalíptico.

Este grupo está a ganhar adeptos de dia para dia, força e solidez na tentativa de deitar por terra o Espiritismo. Mas, como quem por Deus anda por Deus acaba, não tenho a menor dúvida de que o outro lado, aqueles que lutam pelo bem, que pretendem seguir e dar exemplo de um Jesus verdadeiramente tolerante, criador de uma doutrina baseada no amor entre todos os seres da Criação, integralista e pluralista, vencerá pelo seu silêncio, pelo muito trabalho em prol do próximo e da verdade, da fraternidade e da paz entre todos os povos.

Quem não entender que Jesus veio dar o exemplo de um amor incondicional, muito para lá das doutrinas, e que transcende esta mesma existência, donde a sua morte foi um acto de amor sublime, e a sua reaparição três dias depois a maior esperança e certeza de uma vida que não se esgota na morte; quem não entender que não somos nada neste emaranhado complexo que é o universo que nos rodeia; quem não entender que não passamos de meros aprendizes e que só com o outro somos seres éticos, quem não perceber que a caridade só salva quando feita com amor e quando exercida com um intuito libertador para aquele que a recebe; quem não entender que o outro não é um meio mas um fim, que ele não pode ser usado como chave-mestra dos males que lhe são alheios; quem não perceber que o outro não é sabão para limpar a alma de ninguém; quem ainda teimar em continuar a usar a Doutrina como um processo de comunicação com os Espíritos privilegiado face às outras doutrinas, quem não entender isso é uma força das trevas, um ser perigoso, um agente ao serviço do Mal.

Não se pense que os há apenas dentro do Espiritismo. O modus operandi dessas Entidades encarnadas é idêntico em todas as doutrinas, o que está a levar à crise de vocações, de valores, de objectivos verdadeiramente santificantes. O que estou a dizer do Espiritismo digo-o para todas as correntes religiosas. As Entidades negativas e os respectivos comparsas encarnados agem em todas as frentes. Os religiosos convictos sabem perfeitamente que o mundo precisa do pluralismo religioso para conduzir a Humanidade a bom porto; que ninguém caminha sózinho e as doutrinas, enquanto meios, caminhos, hipóteses também não. O fanatismo e o fundamentalismo estão a criar a insegurança, a pôr em causa os princípios de fraternidade, coexistência pacífica e harmoniosa entre as doutrinas. Os espíritas têm que perceber que o Espiritismo não é o futuro da Humanidade, como não o é qualquer outra doutrina à face da terra. Como será o futuro religioso e a espiritualidade ninguém o sabe. Os movimentos existentes são todos caminhos para Deus em idênticas condições. É o bem que cada um faz que o ergue às mais altas falanges, e não o facto de pertencer a esta ou àquela doutrina. A nossa diferença nos caminhos que seguimos é uma questão de sensibilidade, não de evolução, como se diz à boca cheia dentro do Espiritismo. Se os seres das trevas agem de forma idêntica em todos os grupos, o mesmo acontece com os que estão ao serviço do Bem pois que Deus está em toda a parte. Se todos estamos neste mundo é porque estamos sensivelmente ao mesmo nível. Não há superiores nem inferiores.

Assim sendo, permita-me, amigo Leitor, que diga o seguinte:

O Espiritismo é uma doutrina de paz e esperança. Não é uma doutrina apocalítica e como tal não pretende angariar adeptos à custa do medo do fim do mundo. O Espiritismo combate o medo, fortalecendo cada um na sua fé. Como? Primeiro, ao defender que a vida não começou nem acaba neste mundo terreno em que vivemos; segundo, que somos portadores de vivência, experiências acomuladas, saberes que fomos conquistando ao longo de tempo imemorial; terceiro, que vale a pena lutar por nos tornarmos melhores. Em que se baseia o Espiritismo para promover tais princípios? Em primeiro lugar nas máximas de Jesus, donde Kardec foi um dos seus leitores, acolitado por Entidades que vieram dar, à altura, os esclarecimentos às questões que se colocavam na época (séc. XIX) tendo-se prolongado algumas até aos nossos dias.

Esta doutrina é um movimento no mais amplo sentido do termo. Está aberta a toda a gente, não discrimina ninguém, uma vez que o Centro espírita é uma casa de oração, de recolhimento e de bem-fazer.

Quanto aos que trabalham ao serviço das trevas, a oração benevolente encarrega-se de esclarecer aquele que ora, em todos os grupos religiosos. A aura protectora da oração e do bem fazer baseia-se no desmascarar de quem trabalha ao serviço das negatividades. Por isso, é de oração que o mundo precisa.
Margarida Azevedo

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Bibliografia

KARDEC, A., O Evangelho Segundo o Espiritismo, CEPC, Lisboa, 1987, Introdução, p.18, cap.IV, p.69, cap. XIV, p.159.

Bíblia, tradução de João Ferreira de Almeida.

sexta-feira, março 16, 2012

PLURALISMO, UMA NOVIDADE COM BÁRBAS BRANCAS

Os nossos mapas políticos são na verdade cartas religiosas identificativas de manchas geográficas, perfeitamente delineadas segundo os modos de crença ou idênticas formas de adoração, cujas nuanças identitárias advêm da forma como cada um desses espaços é mais ou menos permeável a outras influências. Numa palavra, o Ocidente não é hindu tal como o Oriente não é cristão.
Porém, há sempre contágios. Se tomarmos como exemplo o vasto mundo cristão, verificamos que o modo como é vivenciada a fé num qualquer país da América Latina difere e muito do do Velho Continente. Cada país continha, antes de lá chegar o Cristianismo, uma vivência religiosa que lhe era própria o que confere ao Cristianismo uma apresentação cheia de disparidades pontuais que muito o enriquece.

Este painel multicor é representativo de uma capacidade de adaptação a todos os ambientes geográficos com as suas etnias, os seus usos e costumes, vozes de culturas muito diferentes das do seu ponto de origem, o Antigo Israel.

Mas este facto não é novo pois antes de o Cristianismo estar instituído como religião já os ouvintes de Jesus tinham perspectivas muito diversificadas sobre ele próprio, assim como acerca da sua doutrina, facto que irá sedimentar-se após a crucificação aquando da formação das primeiras igrejas.

Além disso, há que lembrar que para seguir Jesus não era necessário ser judeu. Entre os seguidores deste crítico da Tradição Judaica, que encetava uma nova forma de perspectivar o Judaísmo, encontravam-se judeus e gentios, oriundos de todas as classes sociais, de uma variedade de nacionalidades com os seus ideomas muito diferentes. Podemos dizer sem receio que somos herdeiros de um miosótis de pontos de vista sobre Jesus e a sua doutrina, isto é, de uma adesão segundo parâmetros muito diversos, baseados na pluralidade cultural dos seus seguidores e simpatizantes, facto a que nem os próprios Apóstolos foram alheios. Lembremos apenas que Levi, o apóstolo, era publicano (Lc 5: 27). Somos portanto herdeiros de cristianismos e não de um cristianismo unilateral, singular, gerador de um movimento onde todos eram concordantes.

Isto significa que coexistem cristãos judeus, gregos, romanos, da Samaria,… Este pluralismo tráz consigo as mais variadas apresentações da fé, diferentes práticas mágicas, bem como uma diversidade de rituais que, no conjunto, vão influir no modus vivendi da mensagem de Jesus.

Assim, os pagãos ou gentios sentiam-se reconfortados com o novo profeta judeu que fazia muitos milagres, que pregava o amor, sentava-se a qualquer mesa, não excluindo ninguém. Nunca tomou o papel de juíz nem de pregador austero, como o seu primo João Baptista. O cristianismo emergente, nesta altura não mais que uma seita dentro do Judaísmo é, assim, um movimento multicultural que não entra em colisão com os cultos dos deuses, não encontramos em Jesus a exclusão de nenhuma forma de fé, onde todos têm lugar junto de Deus na justa medida em que souberem estar, antes de mais, junto dos homens (Mt 5:25-26//Lc 12:58-59).

Como todos sabemos, as críticas de Jesus incidiram maioritariamente sobre a sua religião o que, até nesse ponto, prova a índole espiritual de Jesus: antes de criticar as religiões e igrejas dos outros comecemos por limpar a nossa... Isto significa que mercê das duras críticas ao Judaísmo do seu tempo, “(...)o movimento de Jesus se difundiu muito mais facilmente entre os gentios do que entre os judeus” (SANDERS, E.P., p. 112), facto que, segundo o referido autor, é de pleno conhecimento por parte de quem escreveu os Evangelhos (ibid).

Do lado dos judeus, a influência gentia ou pagã não constituía o principal problema. Eles foram permeáveis a ela desde o tempo dos Hebreus, (em Abraão, por exemplo, o seu deus é o deus de uma tribo, ainda não está formado um conceito monoteísta, Gn 12-26 ). Eram mais problemáticas as interpretações dos doutores da Lei, ou as perspectivas de seguidores de um profeta de eleição, o que nem sempre reunia consenso. Por exemplo, havia imensos grupos baptistas, gnósticos, doutrinas apocaliptícas, etc., alguns profundamente marcados pelo helenismo.

Nesta disparidade interpretativa e crítica surge outro aspecto de capital importância: o ideoma. A maioria dos judeus da diáspora, eles próprios helenizados, não falava nem hebraico nem aramaico, línguas em que está escrita a Bíblia Hebraica, apenas grego. Ora, sendo judeus tal como os que viviam em Israel, tinham direito às suas Escrituras. Como? Traduzidas para o grego (versão dos Setenta ou Septuaginta, LXX *), a língua corrente na altura. Isto significa que passa a haver judeus que têm acesso aos seus textos sagrados em segunda mão, bem como a leitura dos mesmos influenciada pelo meio cultural onde estavam radicados.

Como deve calcular-se, só o facto de pretender traduzir levantou seleuma, com alguma razão, vindo a lume uma questão pertinentíssima, a saber: como traduzir textos de linguagem teológica, concreta mas também poética, escritos ao longo de mais de mil anos, trespassados pelas mais variadas situações sociais e políticas, nos quais Israel se revê na sua pré-história e história, que narram toda a formação de um povo que se diz escolhido para a transmissão da existência de um Deus único, sem nome, irrepresentável figurativamente, para uma língua do abstracto, filosófica, doce e cujos conceitos não tinham equivalência? Só para tomarmos um exemplo, Gn 1: 1 (livro escrito em hebraico), a palavra princípio, no latim com o sentido de creaceo ex nihilo, não corresponde ao conceito hebraico Berechit que no grego corresponde a génesis (genesis). Não há no pensamento hebraico uma noção de criação a partir do nada, tal como não existe para o mundo helénico, cuja Matéria era eterna. (Ver trad. da TOB, Traduction Oeucuménique de la Bible).

De um ponto de vista doutrinário, esta pluralidade cultural introduzia no Judaísmo conceitos e valores novos, alargava os horizontes hermenêuticos conferindo-lhe um pluralismo e um debate de ideias verdadeiramente ímpares na história das religiões. Foi também esse andamento que fez despelotar a curiosidade sobre novo profeta da Galileia, terra de onde não vinha nada de bom, no dizer de então. Transportando consigo esse pluralismo, os judeus viam em Jesus mais um profeta a ouvir. Todavia, esbarraram com uma pastoral nova, baseada não apenas na interpretação mas numa vivência totalmente diferente. De tal forma assim o foi que é geradora de colisões entre os próprios judeus-cristãos, a que nem os Apóstolos estão imunes, pois os Doze nem sempre partilhavam de idênticas opiniões.

Para os Apóstolos questões complexas se levantam. Entre a diversidade teológica judaica e as cristologias emergentes, uma das maiores questões insere-se no facto de saber se se devia levar a mensagem de Jesus também aos incircuncisos (gentios) ou ficar apenas pelos judeus. O problema da circuncisão foi um dos maiores obstáculos à aceitação, não da nova Mensagem, mas da inclusão dos elementos não judeus, muito embora entre grupos não judeus ela já fosse praticada desde há muito tempo, principalmente entre tribos egípcias. Pedro, por exemplo, pregava aos circuncisos, enquanto Paulo aos incircuncisos. Este, que não sendo um apóstolo presencial de Jesus mas que se considreou tão apóstolo como os outros, percebeu a mensagem salvífica do grande profeta enquanto uma forma de fé que transcende esses pormenores. Em Paulo, todos se salvam pela fé, circuncisos e incircuncisos. Por isso teve maior aceitação entre os pagãos que entre os judeus a ponto de, em Listra, ao curar um paralítico, a multidão pensar que era Hermes, o porta-voz de Zeus (TROCMÉ, Étienne, p.57-58). Por outro lado, ao formarem, Paulo e Barnabé, grupos em diversas cidades pagãs “(...) os dois missionários davam resposta a necessidades pastorais evidentes, mas por outro lado colocavam-se à margem da prática constante das primeiras Igrejas. Em breve ver-se-iam censurados por isso, tanto mais que não tinham incitado os convertidos de origem pagã a fazerem-se circuncidar para entrarem nas novas Igrejas.” (idem, p.59). Esta, portanto, uma das muitas questões geradas no seio desta Doutrina tão estranha que aceitava toda a gente. Só por curiosidade, foi no calor de acesas discussões entre Pedro e Paulo que Tiago, irmão de Jesus, chefe da igreja de Jerusalém, mais apegado às tradições, e a quem chamavam o Justo em virtude das suas decisões avisadas bem como do seu conhecimento profundo do Judaísmo, discursou no “concílio” de Jerusalém, em 49, do qual sai um decreto que é considerado seminal do Cristianismo, onde apelou ao bom entendimento entre todos os cristãos (SCHMIDT, J. pp. 252-255).

Com tudo isto, esta nova proposta de caminho para Deus é provocatória, pois é apelativa da natureza íntima do crente, a qual se sobrepõe à própria religião que passa, assim, para segundo plano. Por outras palavras, a religião deixa de ser um garante de salvação. Salvar-se passa a ser uma conquista da fé que, sem obras, é cega. Estamos assim em presença de duas situações novas: a religião perde poder e força salvífica, logo o culto público perde cariz, transpondo-se para o interior do próprio homem/mulher; por outro lado, estamos perante uma teologia da práxis, isto é, um processo dialético da nossa realidade histórica, em que a fé desempenha um papel activo e preponderante. Neste seguimento provocatório, os pagãos têm garantida a salvação tal como os judeus. Isto vai ao ponto de Jesus ousar dizer que não viu em todo o Israel tanta fé como a do centurião de Cafarnaum, facto que o deixou maravilhado (Mt 8: 5-13//Lc 7: 1-10).

Face a esta nova forma de caminho para Deus reaparece infalivelmente a questão: “Quem é o próximo?” Porém a resposta é nova, é aquele (a) que faz aos outros o que gostaria que fizessem a si mesmo. O próximo é aquele (a) que auxilia nas horas difíceis. Quem é? De onde vem? Que língua fala? Qual a sua crença? “Sei lá! Só sei que é meu/minha amigo/a.” Na Nova Doutrina o próximo é o outro e este é aquele que não é um prolongamento de mim. Somos ambos pessoa, conceito que o Cristianismo inaugura e ao qual confere um sentido abrangente e universalista: o outro é um ser ético, alguém portador de complexidade.

Em suma, é importantíssimo ter em consideração o contributo do paganismo para a sedimentação desta nova mensagem. Não estamos a falar de uma doutrina do abstracto, mas do concreto que é a a vivência em comunidade, a trama da História.

Hoje, o senso comum estranha, porque considera excessivo, o vasto número de igrejas em que se subdivide a religião cristã bem como a vastidão de religiões que povoam o mundo. Ora, a diversidade é filha do livre pensamento. Cada interpretação, devidamente fundamentada, obviamente, é sempre uma mais-valia para a compreensão da vivência cristã, tal como da das outras doutrinas, da sua adaptação aos novos tempos, o que torna a Boa-Nova intemporal.

As novas hermenêuticas não vêm anular as mais antigas, por mais ultrapassadas que nos pareçam. As novas questões não são uma anulação, mas antes uma continuidade porque fundamentadas nos novos desafios que se nos colocam hoje, herdados do passado. Porém, questões de base subsistem, tais como o que é o homem?, o que é o universo?, porquê o sofrimento? Na verdade passamos a vida a repensar e a reler.

Para falarmos com mais propriedade, e atendendo a que somos seguidores de um profeta todo ele virado para o homem /mulher, e não para a religião desse mesmo homem/mulher, Jesus foi o exemplo da aceitação dessa mundivivência díspare. Ele também releu as Escrituras, o Antigo Testamento, não havia outra Bíblia; tal como os rabis também foi um contador de histórias, as parábolas, narrativas mundanas. Não encontramos em Jesus a defesa de uma ideologia por oposição a qualquer outra. Encontramos, isso sim, o denunciar da falsidade, que deve ser combatida com veemência. Jesus foi um grande hermenêuta da Bíblia hebraica propondo com isso um judaísmo renovado. Nós somos herdeiros desse Judaísmo

Toda a religião, parece-me, que não esteja vocacionada para o humano, entendendo por tal esta dualidade homem/mulher, que não saiba ouvir as suas congéneres ou que as considere sombras nebulosas e a abater, que não trabalhe para a paz e descure o bem servir certamente não está no bom caminho.

Diz-se com frequência que às igrejas cristãs está a faltar o carácter messiânico. Porquê? Porque os novos tempos não são compatíveis com o Jesus idolatrado. As hermenêuticas são caminhos, não são verdades absolutas, tal como as igrejas.

No Cristianismo ninguém está sozinho, dito de outro modo, ninguém pode ser cristão sem a companhia do outro. É de mãos dadas que chegamos a Deus.

Somos seres invadidos. Habitam em nós sentimentos confusos, vontades e desejos, formas de amor que se contradizem. Somos herdeiros de caminhos esquecidos na complexidade. Temos horizontes de esperança que podem alterar o rumo de passados mais ou menos remotos. O presente pode acrescer ao passado outras leituras, conferir-lhe outras razões. Só assim nos poderemos enfrentar e aos que partilharam connosco esses trilhos sulcoosos.

Por outras palavras, este existencialismo diz-nos que existimos porque trazemos em nós fórmulas que não construimos, as quais se traduzem em capacidades infinitas no finito da nossa condição humana. Eu nunca saberei como é que três mais dois são de facto cinco, eu só sei que não construí essa conclusão. Se para estudarmos o mundo traçamos linhas imaginárias, e se as medimos com esses números, então onde estamos realmente? Só sei que existimos na casa da nossa fé. Onde está essa casa? Não a encontramos na geografia dos povos, encontramo-la no lugar remoto e obscuro da nossa alma, nas ténues lembranças ou nas pequeníssimas revelações de um passado que se pretende alterar.

Os espíritas têm que perceber que não pode haver uma única leitura da Doutrina, não podemos falar a uma só voz e que, para não cair tantas vezes no conto do vigário, torna-se imperiosa a leitura atenta de outras matérias, conhecer o trabalho de exegetas, teólogos e hermenêutas. Se para falar de Medicina convidam-se médicos, para falar de assuntos bíblicos têm que, reciprocamente, requerer os serviços de quem está devidamente preparado para o efeito.

Ouvem-se comentários de pessoas que falam segundo os seus pontos de vista como se estes fossem verdades absolutas. Ora, a melhor forma de dogmatizar uma doutrina é deixá-la cair nas mãos do fanatismo unicista. Os nossos maiores escolhos são as nossas convicções, as nossas verdades, os nossos princípios, os nossos gostos. O pior que pode acontecer a alguém é crer em si próprio, estar convicto de que as suas ideias são verdades absolutas.

Somos seres inacabados, falíveis, crédulos, inseguros. No nosso íntimo travam-se batalhas, somos seres perseguidos por nós mesmos através de um passado oculto; a nossa capacidade de concentração é extremamente pequena, falta-nos lucidez, não sabemos observar.

Penso que o Espiritismo, e todas as doutrinas, de um modo geral, só poderão impôr-se de duas maneiras: pelo muito amor versus fé; pelo muito estudo versus trabalho.

O pluralismo é um caminho sem fim, tão antigo e sempre tão actual...

Margarida Azevedo

* “SETENTA (VERSÃO DOS). Tradução para o grego da Bíblia hebraica, realizada do séc. III ao séc. I a. C. , em Alexandria.

A versão dos Setenta teria sido efectuada, segundo a tradição, por setenta e dois sábios. Foi aceite pelos judeus da diáspora. A Igreja cristã adoptou-a nos seus primórdios; os autores dos Evangelhos e os Padres da Igreja utilizaram-na amplamente.” ( Dicionário Temático Larousse, p. 553).

Bibliografia Citada

COMTE, Fernand, Dicionário Temático Larousse, Civilização Cristã, Círculo de Leitores, Casais de Mem-Martins, 2000, p.553.

SCHMIDT, Joël, São Pedro, Publicações Europa-América, Mem-Martins, 2007, cap. 17, pp.251-264).

TROCMÉ, ÉTIENNE, São Paulo, Publicações Europa-América, Mem-Martins, 2004, cap. III, A ruptura com Jerusalém, pp. 47-68.
As citações bíblicas foram retiradas da Bíblia de João F. de Almeida.
Consultada

SANDERS, E. P., A verdadeira história de Jesus, Cruz Quebrada, 2004.